Canhão
Número de registro
15881
Descrição
Na faixa alta da culatra, as inscrições: "Nº 2167 SEVILHA 24 DE DICEMBRE DE 1789". No primeiro reforço, os números de peso "10-__-16". Ouvido com grão novo. Monograma "RFIV" em incavo. No segundo reforço, golfinhos geométricos. Há um furo roscado entre o golfinho e o munhão esquerdo e, entre os dois golfinhos, os caracteres (modernos): "C. 9". Gravado, de forma grosseira, no munhão direito: "Po 1385". Munhões com reforço, colocados à meia altura do canhão em relação à alma, no munhão esquerdo está gravado: "COBRE DE MEXICO". No liso da bolada, um listel com a inscrição "ADIVINO".
Uso terrestre. Material bronze, cal. 107,7mm (9 lb), Comp. total 200 cm, Larg. 50 cm, comp. 185 cm, Calibres 16.
Denominação
Canhão
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Catálogo Geral do Museu Histórico Nacional (1924)
Local de produção
Classe
Data de produção
1789
Termos de indexação
Largura (cm)
50,00
Comprimento (cm)
200,00
Observações
Segundo informações do MHN, foi uma das peças de artilharia capturadas no Sul, na segunda campanha da Guerra contra Artigas (1816-1821).
O canhão é semelhante ao que seria conhecido como sistema Gribeauval, sendo portanto bem atualizado para sua data de fabricação (ver peça número 15888).
Observam-se, no exame da peça, alguns dados interessantes, como o fato de ser batizada com o apelido de "Adivino" (adivinho, em espanhol). O costume de escrever frases e palavras laudatórias nos canhões era antigo (ver peça número 15882) e se manteve durante muito tempo, devido ao elevado valor monetário investido na fabricação de uma boca de fogo. Batizar-se canhões com nomes clássicos ou mitológicos era um costume na Espanha do final do século XVIII, conforme pode-se observar nas duas peças do MHN de números 15881 e 15495, assim como nos dados sobre outros canhões desta origem.
Outro ponto interessante é o uso de cobre importado do México na manufatura do canhão, sinal de que o cobre (responsável por pelo menos 90% da liga de bronze do canhão) viajou para a Espanha para ser fundido e, depois, retornou às Américas. Isto ilustra como os problemas legais ou de fato para a fundição de canhões nas colônias justificavam a importação de produtos militares acabados e a exportação de matéria prima, mesmo que a operação fosse complexa. Isto também mostra o elevado valor dos canhões, pois esta operação complicada era, ainda assim, viável economicamente.
Este canhão provavelmente foi utilizado em experimentos no Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro, conforme se observa pelos orifícios existentes no tubo-alma, tendo ficado no prédio quando o Arsenal se transferiu para o Caju.
Número 2 do antigo inventário do Pátio Epitácio Pessoa.
Referências expográficas
Referências bibliográficas
CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | FRANCIS BANNERMAN SONS. Bannerman catalogue of military goods - 1927. Northfield: DBI books, 1980.
Autoria das fotos
Jaime Acioli