Canhão
Número de registro
15888
Descrição
Inscrição na faixa alta da culatra: "PAR FOIS DUPONT A ROCHEFORT 1793". Com o ouvido totalmente erodido. Golfinhos de desenho geométrico. Munhões com reforço, sendo gravado no direito: "PD 605" e, no esquerdo, o número "43". No bocal, pequeno ponto de mira gravado em forma de gota.
Uso terrestre campanha. Material bronze, cal. 88,4 mm (5 lb), Comp. total 159 cm, Larg. 39 cm, comp. 147 cm, Calibres 16.
Denominação
Canhão
Autor
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Não identificada
Local de produção
Classe
Data de produção
1793
Termos de indexação
BRASIL COLÔNIA | CAMPANHA DE CAIENA | FRANÇA | MARINHA FRANCESA | TROFÉU DE GUERRA
Largura (cm)
39,00
Comprimento (cm)
159,00
Observações
Peça francesa capturada em Caiena pelas forças anglo-portuguesas que invadiram essa colônia em 1809, em retaliação à ocupação militar e à expulsão da família real de Portugal. Observe-se que ela é um perfeito exemplar das modificações introduzidas pelo sistema Gribeauval.
Jean-Baptiste de Gribeauval foi inspetor geral da artilharia francesa a partir de 1776, introduzindo uma série de importantes modificações no equipamento da artilharia francesa, como padronização de peças mais leves que o sistema anterior (sistema de Vallière), criou reparos, armões e outros carros de um mesmo modelo e intercambiáveis entre as diferentes peças e viaturas.
Apesar de parecer um pequeno detalhe, esta uniformidade foi extremamente importante, pois anteriormente os acessórios dos canhões eram feitos de forma individualizada, de maneira que se uma parte do conjunto fosse danificada todo o equipamento estaria inutilizado até que uma nova peça fosse manufaturada.
A padronização acima descrita é um dos elementos precursores da produção em série, pois a delimitação de especificações rígidas facilita a produção de peças usando máquinas-ferramentas.
No campo técnico, o sistema Gribeauval reduziu o vento das peças, permitindo uma redução nas cargas propelentes, o que permitiu por sua vez uma diminuição na espessura das paredes do tubo alma e no seu peso, tornando-os mais manobráveis. Outra inovação por ele introduzida foi o fim das decorações das peças, que passaram a ser extremamente funcionais, ao mesmo tempo que facilitou a produção dos canhões e reduziu seu custo. Contudo, deve-se observar que estas mudanças no tocante à decoração das peças já tinham sido feitas em outros locais, como na Holanda, que, em 1750, tinha baixado um regulamento para que não houvesse mais decorações em relevo nos canhões, ficando estas reduzidas a gravações feitas a buril, bem mais simples que as anteriores. Mudanças menores foram a colocação de reforços nas bases dos munhões para impedir que o tubo batesse contra o reparo e a colocação de um parafuso elevatório no reparo, eliminando a imprecisão da pontaria inerente ao antigo sistema de construção de reparos.
Número 46 do antigo inventário do Pátio Epitácio Pessoa.
Fabricação: fundidor François Dupont (Nomeado Commissaire des Fontes de l'Artillerie de la Marine, na base naval de Roquefort, em 4 de agosto de 1762, trabalhando também como fundidor do Sultão da Turquia, na Argélia. Seu período de atividade se estendeu pelo menos até 1793, sendo este canhão o último de sua autoria conhecido).
Referências expográficas
Referências bibliográficas
CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | FOULKES, Charles. The gun-founders of England with a list of English and Continental gun-founders from the XIV to the XIX centuries. Londres: Arms and Armour Press, 1969. | KENNARD, A. N. Gunfounding and Gunfounders: a directory of cannon founders from earliest times to 1850. Londres: Arms and Armour Press, 1986.
Autoria das fotos
Jaime Acioli