Árvore de campainha
Número de registro
16286
Descrição
Peça composta por um eixo central, cuja parte inferior é de madeira torneada terminada em um conto de latão na parte inferior e num soquete de latão onde se encaixa a parte superior. A parte superior do eixo se compõe de um espigão retangular que se encaixa na parte inferior. O espigão termina em uma haste helicoidal de latão dourado, em cuja seção médica há uma estrutura composta de dois braços bifurcados de latão, cada um com sete orifícios para a colocação de guizos, e terminando em peça em forma de cabeça de grifo com um gancho na boca onde se prendem duas campânulas de latão cheias de cerdas de crina de cavalo. Acima desta haste helicoidal há uma estrutura com quatro braços perpendiculares terminados em forma de cabeça de carneiro, com furos no local da boca para a colocação de guizos. Logo acima dessa estrutura há uma esfera de cobre, com um trabalho representando chamas acima da esfera, simulando uma grana de artilharia lisa. Acima das chamas da granada há uma chapa de cobre em forma de campânula, com os bordos recortados em semicírculos e com 18 furos para a colocação de guizos. Gravados nesta parte da peça estão os dizeres: "116 RUA DO OUVIDOR, 116 / RIO DE JANEIRO / MOREIRA & SEVERINO". Sobre a campânula há um escudo em forma de lira, em cujo centro em ambas as faces estão pintadas a mão as armas do Império. Acima da campânula há uma meia lua crescente de latão vazado. Sobre todas as outras peças está uma estrela de cinco pontas em cima de uma esfera. Todas estas peças giram livremente sobre o eixo central.
Denominação
Árvore de campainha
Técnica
Local de produção
Classe
Data de produção
187-
Termos de indexação
BANDA MARCIAL | FUZILEIROS | GUARDA NACIONAL | INFANTARIA | SEGUNDO REINADO
Altura (cm)
198,8
Largura (cm)
50
Comprimento (cm)
33,7
Observações
A peça conhecida como "Chapeau chinois" é denominada no Brasil de árvore de campainha. É uma peça usada pelo tambor-mor da banda para marcar o passo da banda e indicar à mesa a direção a seguir. A árvore de campainha é conhecida como "Ding-Dong-Joe" na Inglaterra e Estados Unidos (devido ao som dos guizos presos a ela), "Chapeau chinois" na França (devido à forma de parte da peça) e carrilhão húngaro na Alemanha (devido à origem). Este tipo de peça foi introduzido na Europa no final do século XVIII e início do XIX pelas bandas militares turcas, logo alcançando grande sucesso, especialmente na Europa Central (Beethoven chegou a compor uma marcha - a Marcha Turca - baseado na grande impressão deixada pelas bandas militares turcas). Não há indicações precisas quanto à data de sua adoção pelo Exército Brasileiro, havendo indicações dela ter-se dado em meados do século XIX. As árvores de campainha ainda são usadas em larga escala na Alemanha e o Batalhão de Guardas em Brasília ainda usa um modelo desse tipo de peça.
O Museu Histórico Nacional possui em seu acervo uma árvore de campainha que pertenceu ao 1º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional do Rio de Janeiro em 1870, em tudo semelhante as usadas pelo Exército na mesma época, conforme pode-se ver em ilustrações contemporâneas. A peça que o Museu possui pode ser sumariamente descrita da seguinte forma: haste de madeira, na qual se encaixa uma estrutura de latão, com dois braços terminados em suportes para receptáculos com crina de cavalo. Acima dos dois braços há um escudo com as armas do Império pintadas e acima do escudo uma estrela e uma meia lua. Existem diversos orifícios para colocação de guizos, porém estes estão ausentes.