Canhão
Número de registro
15894
Descrição
Cascavel com local para parafuso de elevação, culatra com os números de peso "7-1-16". Faixa alta da culatra com a inscrição: "LXA ARCENAL REAL DO EXERCITO 1783". Ouvido com grão novo, sendo que o grão ainda apresenta a cabeça retangular, usada para aparafusá-lo no canal do ouvido. No primeiro reforço, letras ilegíveis e o brasão português, muito gasto. No segundo reforço, golfinhos pisciformes e munhões com reforço incipiente. No munhão direito, gravado "No 136".
Uso terrestre. Material bronze, cal. 110,6 mm (10 lb), Comp. total 178 cm, Larg. 48 cm, comp. 112 cm, Calibres 14.
Denominação
Canhão
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 24/1927
Local de produção
Classe
Data de produção
1783
Termos de indexação
ARSENAL DO EXÉRCITO DE LISBOA | D MARIA I | EXÉRCITO PORTUGUÊS | PORTUGAL
Largura (cm)
42,00
Comprimento (cm)
178,00
Observações
Peça de campanha fundida em Portugal. É interessante compará-la com as peças de números 15891, 15897 e 15886, na medida em que seu peso (sete quintais, uma arroba e dezesseis libras, ou seja 431,5 kg), marcado na culatra, é 153 % maior do que a peça de número 15891, por exemplo. Isto seria um indicativo de que a presente peça seria destinada ao uso em campanha, enquanto a de número 15891, poderia ser peça de batalhão, uso que necessitaria de um canhão mais leve. Essa hipótese é reforçada pela comparação do peso da arma com o valor ideal para um canhão de 9 ligeiro para campanha, que era de apenas 13 libras (c. 6 kg) maior que o peso deste canhão (9 libras era um dos calibres regulamentares em Portugal, devendo ser este o calibre nominal desta peça).
Outros dados ainda podem ser observados na peça. O primeiro é o número 136, inscrito no munhão direito. Apesar de ser apenas uma conjectura, pode-se atribuir este número a uma numeração seriada de fabrico no Arsenal do Exército (Lisboa), o que daria uma noção da produção de canhões em Portugal. Porém, deve-se ter em mente que esta numeração, com quase toda a certeza, não é sequencial fora de um dado ano, pois ela não é coerente com outras existentes no MHN (ver peça número 15885).
Finalmente, uma característica que julgamos ser destacável neste canhão é o fato de ele estar muito desgastado, apresentando sinais de ter disparado muitas vezes, conforme pode-se observar pelos profundos sulcos existentes na alma do canhão. Estes sulcos são tão evidentes que técnicos do MHN chegaram a afirmar que este canhão teria sido raiado no Paraguai, afirmativa que não resiste a um exame detalhado da peça.
Número 38 do antigo inventário do Pátio Epitácio Pessoa.
Fabricação: manufatura Arsenal Real do Exército, Lisboa.
Referências expográficas
Referências bibliográficas
CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Inventário Geral. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 1990.
Autoria das fotos
Jaime Acioli