Canhão
Número de registro
15901
Descrição
Cascavel com marca de colocação de peça de centragem em torno giratório, culatra com as inscrições "25-3-17". Faixa alta da culatra com a inscrição em incavo: "O SARG MOR BARTOLOMEU DA COSTA EM LX 1765". No primeiro reforço, a inscrição em relevo "MEL GOMES DE CARVO E SVA THENE GNAL DA ARTRA DO RNO". Brasão português com o nome "JOSEPHUS I". No segundo reforço, golfinhos pisciformes e no munhão direito a inscrição "Nº 11".
Uso terrestre. Material bronze, cal. 139mm (20 lb), Comp. total 261 cm, Larg. 65 cm, comp. 230 cm, Calibres 16.
Denominação
Canhão
Autor
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Catálogo Geral do Museu Histórico Nacional (1924)
Local de produção
Classe
Data de produção
1765
Termos de indexação
ARSENAL DE GUERRA | ARSENAL DO EXÉRCITO DE LISBOA | DOM JOSÉ I | EXÉRCITO PORTUGUÊS | MANOEL BARTOLOMEU DA COSTA | PORTUGAL
Largura (cm)
65,00
Comprimento (cm)
261,00
Observações
Peça fundida dentro do esforço de modernização do exército português empreendido pelo Conde de Lippe. No século XVIII, a artilharia portuguesa tinha perdido a alta qualidade adquirida anteriormente, passando a depender em muito das importações de armas de outros países.
Este canhão é um exemplo dos problemas que poderiam ocorrer na fundição de grandes peças metálicas sem o devido controle. Devido a uma altura insuficiente da coluna de metal fundido ou, mais provavelmente, por causa do excesso de hidrogênio durante a fundição, o bronze ficou com bolhas de ar na parte dianteira externa, indicando que o canhão era poroso e, portanto, perigoso para seus usuários. Observe-se, no entanto, que a peça já apresenta algumas novidades de desenho, como uma certa simplificação em suas linhas (talvez devido ao emprego de um torno em sua usinagem) e um comprimento bem reduzido para armas de fogo que utilizavam de pólvora negra. Além disso tudo, esta é uma peça leve para o período, pesando cerca de 130 libras para cada libra de bala, o que indica que havia um bom controle no tocante ao desperdício de bronze. Isso nos permite concluir que ela foi razoavelmente bem projetada para o período, porém mal executada, o que por sua vez indica a falta de artesãos habilitados na prática de fundição.
Foi um dos canhões transferidos do Arsenal de Guerra para o MHN quando da transferência do primeiro para o Caju.
Fabricação: fundidor Manoel Bartolomeu da Costa, Sargento Mor. O fundidor português mais conhecido de seu período, dirigiu o Arsenal do Exército (Lisboa), chegando ao posto de Tenente-General. Inventou um tipo de porcelana, fundiu uma estátua equestre de D. José I e melhorou o Arsenal de Lisboa. Seu nome aparece em canhões feitos desde a década de 1760 até o ano de 1776. Com o nome de Manoel Gomes de Carvalho e Silva, Tenente General da Artilharia do Reino.
Referências expográficas
Referências bibliográficas
CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | DE BEER, Carel. The art of gunfounding: the casting of bronze cannon in the late 18th century. Rotherfield: Jean Boudriot, 1991. | KENNARD, A. N. Gunfounding and Gunfounders: a directory of cannon founders from earliest times to 1850. Londres: Arms and Armour Press, 1986.
Autoria das fotos
Jaime Acioli