Canhão
Número de registro
6920
Descrição
Canhão francês de bronze, transferência do antigo Arsenal de Guerra da Corte. Culatra e cascavel decorados com folhas. Faixa alta da culatra com a inscrição: "Nº I 6162". Ouvido inserido em um desenho de águia. No primeiro reforço, brasão com a efígie de Luís XIV de perfil e as seguintes inscrições: "LVD XIIII D G FR ET NAV REX". Golfinhos em forma de duas serpentes enroscadas. Bocal decorado com folhas.
Uso ignorado. Material bronze, cal. 180 mm (45 lb.), Comp. total 316 cm, Larg. 83 cm, 292 cm, Calibres 15.
Denominação
Canhão
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Catálogo Geral do Museu Histórico Nacional (1924)
Local de produção
Classe
Data de produção
[168-]
Termos de indexação
ARSENAL DE GUERRA | EXPEDIÇÃO DE DUGUAY-TROUIN | JEAN-FRANÇOIS DUCLERC | LUÍS XIV DE FRANÇA | TROFÉU DE GUERRA
Largura (cm)
83,00
Comprimento (cm)
316,00
Observações
Peça conhecida como de bater, pois, devido a seu grande calibre, era utilizada nas peças de sítios a fortificações para destruir as muralhas, "batendo-as" com suas balas sólidas. Suas formas nos permitem afirmar que foi fundida nas proximidades de 1680, pois o medalhão com o nome de Luís XIV (reinado de 1643 a 1715) aparecem em canhões desta época. Obviamente, isto não é uma informação conclusiva, mas coerente com a prática das decorações dos canhões franceses do período, pois os canhões de padrão anterior (de 1669) são mais complexas.
Sobre a origem da peça Gustavo Barroso coloca duas hipóteses: a primeira, embasada em tradição do Museu Histórico Nacional, diz que o canhão teria sido deixado no Rio de Janeiro por Duguay-Trouin, em 1711. A segunda, a qual Barroso considera correta, é que ela teria sido um dos seis canhões capturados com Duclerc no ano anterior à expedição de Duguay-Trouin.
Além dessas opções podemos colocar mais duas hipóteses: o canhão teria equipado alguma nau ou fortificação (francesa ou não) capturada pelos portugueses, ou, ainda, que ele teria sido comprado pelos portugueses na França ou em outro país, não estando associado a nenhuma ação militar portuguesa ou brasileira. Não há maneira de se saber qual das suposições acima é correta.
Há informações que nos fazem crer que este canhão, originalmente, fazia parte do armamento da fortificações da Fortaleza de Santa Cruz, Niterói, tendo sido remetido para o Arsenal de Guerra pelo comando daquela unidade em 1901. Quando o Arsenal de Guerra foi transferido de localização, a peça ficou no recinto do prédio que viria a ser o Museu Histórico Nacional em 1922, recebendo o nº 13 do antigo inventário do Pátio Epitácio Pessoa.
Referências expográficas
Referências bibliográficas
CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | HERMITE, Ternaux Compans. Hommage à Guanabara la Superbe. Rio de Janeiro: Irmãos Barthel, 1937. | ORNELLAS, Pedro da Veiga. Relíquias da Pátria Brasileira. Rio de Janeiro: Papelaria Alexandre Ribeiro, 1944. | OS GUIAS VERDES DO BRASIL. Rio de Janeiro e Arredores. Rio de Janeiro: Guias do Brasil, 1929.
Autoria das fotos
Jaime Acioli