Canhão
Número de registro
15494
Descrição
Culatra que não foi torneada, sendo decorada com pontos feitos a buril. Faixa alta da culatra com a inscrição: "ME FECIT ADRIANUS CRA ___ HAGAE ANNO 1736" e cortada para criar um local para colocação de um fecho. Ouvido com local para pranchada. No primeiro reforço, o brasão português e a legenda "IOANES V". No segundo reforço, golfinhos em forma de dragão marítimo, tendo entre eles a marca de banco de prova de Amsterdã.
Uso terrestre. Material bronze, cal. 107,3 mm (9 lb), Comp. total 246 cm, Larg. 40 cm, comp. 225 cm, Calibres 20.
Calibre original 76,2 mm (3 libras), Calibres 28.
Denominação
Canhão
Autor
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 24/1927
Local de produção
Classe
Data de produção
1736
Termos de indexação
Largura (cm)
40,00
Comprimento (cm)
246,00
Observações
Peça fundida no reinado de D. João V, rei de Portugal, na Holanda, por Adriaan Crans, sendo mais uma das peças importadas por Portugal para suprir suas necessidades de armamento (ver peça número 15890).
Esta boca de fogo foi modernizada, pois no local onde havia uma cobertura para o ouvido (pranchada), foi cavado um sulco com dois orifícios rosqueados. Isso indica que o canhão foi preparado para receber um fecho, onde ficaria a espoleta ou escorva para o disparo. Outra indicação desta modernização é o fato dela ter sido rebrocada, pois há uma diferença entre o calibre original (76,2 mm = 3 libras - medido pelo diâmetro dos munhões) e o atual (107,3 mm = 9 libras), revelando que a peça originalmente era uma colubrina bastarda, com 28 calibres de comprimento (ver peça número 15882). Este tipo de transformação era feita no século XIX, aproveitando-se a maior espessura das paredes das colubrinas e reduzindo o comprimento da peça para um valor mais próximo do ideal para bocas de fogo de antecarga.
A documentação do MHN diz que a peça foi "raiada" no Paraguai, mas isso é um erro na medida em que sua alma é lisa. No entanto, é possível que ela tenha sido rebrocada naquele país.
Foi incorporada ao acervo do MHN em 1927, por transferência, pertencendo originalmente ao Museu Naval.
Fabricação: fundidor Adrianus (Adriaan) Crans (Ativo entre 1730 e 1747. Era filho e sucessor desde 1730 do diretor da fundição de Haia Jan Crans. Irmão de Cornelis e Ciprianus Crans (ver peça SIGA 15912), todos fundidores de canhões).
Referências expográficas
Referências bibliográficas
CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | DE BEER, Carel. The art of gunfounding: the casting of bronze cannon in the late 18th century. Rotherfield: Jean Boudriot, 1991. | KENNARD, A. N. Gunfounding and Gunfounders: a directory of cannon founders from earliest times to 1850. Londres: Arms and Armour Press, 1986.
Autoria das fotos
Jaime Acioli