Caronada (canhão)
Número de registro
15491
Descrição
Cascavel com furo vertical para colocação de parafuso elevatório e anel do vergueiro incorporado à parte dianteira. Culatra em forma de anéis, com três destes. No primeiro reforço, os números de peso "6-0-12" e, na parte inferior da arma, uma peça retangular com um orifício central para fixação ao reparo (sem munhões). Na moldura que separa o primeiro reforço do liso da bolada, há uma massa de mira em "V".
Uso naval. Material ferro, cal. 116 mm (12 lb), Comp. total 110 cm, Larg. 32cm, comp. 75 cm (medidos sem a parte posterior da boca, onde seria o bocal), Calibres 7.
Denominação
Caronada (canhão)
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Não identificada
Local de produção
Classe
Data de produção
[1783-1840]
Termos de indexação
Largura (cm)
32,00
Comprimento (cm)
110,00
Observações
A caronada (ou carronada) é um tipo de peça que sucedeu os rodízios de proa e os canhões-pedreiros (ver peças números 15887 e 16233), projetada para disparar balas rasas e não metralha. Seu nome provém da fundição de Carron, na Escócia, local que a desenvolveu de forma privada a partir de 1776, mantendo o monopólio da fabricação durante mais seis anos.
À primeira vista, esta parece ser uma excelente arma, disparando um projétil eficiente (pesado) de uma arma leve e que, portanto, precisava de uma guarnição menor, sendo mais barata. De fato, várias marinhas logo adotaram as caronadas em grandes números, porém ela tinha um problema sério: seu alcance era muito reduzido. Um bom capitão, enfrentando um inimigo armado com elas, manteria seu navio fora do alcance, enquanto martelava-o com seus canhões. Isto ocorreu, por exemplo, com a Fragata Essex, na Guerra de 1812, vencida por dois navios menores ingleses.
Com a introdução do sistema Paixhans, a caronada foi caindo em desuso, continuando a ser usada em algumas marinhas pelo menos até 1860, como na Holanda. Em terra, seu uso foi bem mais reduzido, sendo empregada em algumas fortificações para a defesa de curto alcance.
O uso deste calibre de caronada era reservado para cúteres e barcos pequenos, bem como para a defesa de flancos de fortificações, o que corresponde com a suposta origem desta peça, que teria artilhado o Forte de Piaçava (Forte do Pessanha?), no Rio de Janeiro.
Foi transferido do Museu Naval para o MHN em 1927.
Sistema de carregamento: ante-carga. Massa de mira no bocel do 2º reforço e no bocal. 1º reforço: marca de peso "6-0-12".
Referências expográficas
Referências bibliográficas
BROWN, Ruth R. The Woolwich proof registers 1780-1781. London: Royal Armouries, 1988. | CARUANA, Adrian B. The identification of British muzzle loading artillery - part 2, the piece. Canadian Journal of Arms Collecting, v.. 22, nº 1, Feb. 1984. | CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | LAVERY, Brian. Carronades and Blomefield Guns. In: SMITH, Robert D. (ed.) British Naval Armaments. London: Royal Armouries, 1989. | MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Inventário Geral. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 1990. | SMITH, Robert D. & BROWN, Ruth Rhynas. Bombards: Mons Meg and her sisters. Londres: Royal Armouries, 1989. | TUCKER, Spencer. Arming the Fleet: U.S. Navy Ordnance in the Muzzle-Loading Era. Annapolis: Naval Institute Press, 1989.
Autoria das fotos
Jaime Acioli