Letreiro
Número de registro
5785
Descrição
Peça de vidro de forma retangular com moldura e armação de madeira em estilo eclético. Parte superior dividida três partes. Ao centro, globo azul escuro com cinco estrelas (Cruzeiro do Sul) separadas por faixa com a inscrição em verde: "CRUZEIRO". Globo encimado por uma águia e circundado por coroa de café sobre legenda em azul: "MARCA REGISTRADA". Decoração floral ao fundo em estilo Art Nouveau. Nas laterais, dois arranjos florais idênticos em vasos em estilo clássico. Na parte inferior, a inscrição em dourado: "PACHECO FERREIRA & Cia." sobre fundo azul e bordas com motivos florais em estilo Art Nouveau, ladeada por motivos florais e geométricos.
Denominação
Letreiro
Título
Pacheco Ferreira & Cia.
Técnica
Local de produção
Data de produção
1908
Termos de indexação
ÁGUIA | BHERING | CAFÉ | CAFÉ CRUZEIRO | CENTENÁRIO DA ABERTURA DOS PORTOS | COMÉRCIO | CRUZEIRO DO SUL | ECONOMIA | ESTILO ART NOUVEAU | ESTILO ECLÉTICO | FIRMA DE TORREFAÇÃO PACHECO FERREIRA & CIA.
Altura (cm)
192,50
Largura (cm)
352,00
Observações
Angela Telles (2022) destaca a inauguração da firma de torrefação de café Pacheco Ferreira & Cia., fabricante do Café Cruzeiro, no ano de 1908, em plena remodelação urbana e portuária do Rio de Janeiro, e de realização da Exposição Nacional em comemoração ao Centenário da Abertura dos Portos. A firma Pacheco Ferreira & Cia. se situava inicialmente na Rua do Hospício (atual Rua Buenos Aires) e se transferiu, depois de 1910, para a Rua Floriano Peixoto. No final da década de 1950, a firma foi adquirida pela fábrica de chocolates Bhering, também produtora do Café Globo. Com o encerramento das atividades da firma, sua vitrine passou a fazer parte do acervo do MHN.
De acordo com Telles (2022, p. 189 e 192), a "marca Cruzeiro de café era uma das mais renomadas do Rio da primeira metade do século XX. Comprova-se tal afirmação no artigo 'Diplomacia e a política econômica – A política do café', publicado no Jornal do Commercio (25/12/1930) por J. F. de Barros Pimentel, ministro plenipotenciário do Brasil. No artigo, Pimentel assinalava que estávamos fazendo propaganda equivocada do café brasileiro no exterior, ao insistir em vincular o produto ao país. Na percepção do diplomata, a marca do torrador é que importava, exemplificando que 'no próprio mercado nosso interno ainda prevalece a marca do torrador e o café é Cruzeiro, Papagaio e Globo'. Pimentel estava discordando da opinião do patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco, cuja geração muito havia contribuído para vincular o nome do Brasil ao café, divulgando o produto em diferentes partes do mundo. Rio Branco, inclusive, foi nosso representante na exposição de café, em São Petersburgo, Rússia (1884), ensinando os locais a prepararem e tomarem nosso cafezinho." Telles (2002, p. 192) argumenta que o "diplomata Pimentel, ao citar as firmas de café Papagaio e Cruzeiro, não percebeu que, na realidade, essas traziam a marca do país de origem: 'Terra dos Papagaios' foi um dos primeiros apelidos dados ao Brasil, iluminado pelas estrelas do Cruzeiro do Sul. Além disso, a arte da marca café Cruzeiro foi inspirada no globo azul da bandeira brasileira. O artista que concebeu o desenho substituiu no globo as estrelas representando os estados do Brasil pelo Cruzeiro do Sul e, na faixa branca, substituiu 'Ordem e Progresso' pela marca do produto em letras verdes."
Referências expográficas
Referências bibliográficas
MARQUESE, R.; TOMICH, D. O Vale do Paraíba escravista e a a formação do mercado mundial do café no século XIX. In: "O Brasil Imperial", v. II. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p. 373. | TELLES, Angela. Letreiro da firma Pacheco Ferreira & Cia. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022). Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 190-193. | TOPIK. As relações entre o Brasil e os Estados Unidos na época de Rio Branco. In: "Rio Branco, a América do Sul e a modernização do Brasil". Rio de Janeiro: EMC, 2002. p. 411.
Autoria das fotos
Jaime Acioli