Porta-etrog
Número de registro
311649
Descrição
Recipiente denominado porta-etrog em prata prensada, repuxada e cinzelada, de formato ovalado, sustentado por base de apoio circular. O corpo do objeto é decorado com motivos florais que remetem ao estilo utilizado pela Escola de Artes de Bezalel, em Jerusalém, no século XIX. A borda da parte superior, ou tampa, apresenta as seguintes inscrições em hebraico e em português, respectivamente: "LEVÍTICO 23:40: 'VOCÊS COLHERÃO OS FRUTOS DA ÁRVORE DA CIDRA AMARELA'" e "NO QUADRAGÉSIMO JUBILEU RABÍNICO DO DR. LEMLE". A base do objeto é lisa e apresenta as inscrições: "1-4-1973/DOS CARIOCAS EM ISRAEL À ARI".
Denominação
Porta-etrog
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 01438.000153/2022-01
Local de produção
Data de produção
1973
Termos de indexação
ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA DO RIO DE JANEIRO | FESTA DAS TENDAS | IMIGRAÇÃO JUDAICA | JUDAÍSMO | RABINO HENRIQUE LEMLE | SUKOT
Comprimento (cm)
22,00
Diâmetro (cm)
9,50
Observações
Este objeto ritual foi dedicado à Sinagoga da Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro (ARI), em 1973, em homenagem aos 40 anos de atuação rabínica do Dr. Henrique Lemle. Ele foi utilizado para acomodar o etrog, fruta cítrica usada simbolicamente na liturgia da festa de Sukot, que recorda as tendas (sukot, em hebraico) que os israelitas construíram no deserto do Sinai após a libertação do Egito.
Segundo Charles Steiman (2022), o etrog é a fruta que sintetiza a integridade do caráter, sendo "provavelmente originário do sudeste asiático, o etrog (Citrus medica) espalhou-se pela Pérsia e pela Mesopotâmia até a região do Mediterrâneo. Entre os séculos II e III chega à região de Calábria, na Itália, como a primeira fruta cítrica no continente europeu, possivelmente trazida do Oriente Médio por judeus.
A fruta é grande, assimétrica na base, e sua casca, de um amarelo intenso e brilhante, é excepcionalmente irregular para uma fruta cítrica. As características do etrog exigidas para o uso ritual são muitas: a fruta deve apresentar um botão de flor na extremidade e sua casca deve ser lisa, sem rugas e sem manchas, e não apresentar machucado; e deve ser colhida de árvore saudável e que não tenha sido cruzada com uma planta cítrica convencional. Além disso, a fruta não deve ser redonda, nem muito elíptica, e grande suficiente para preencher a mão.
O etrog é usado simbolicamente na liturgia da festa de Sukot, que recorda as tendas/cabanas (sukot, em hebraico) que os israelitas construíram e habitaram no deserto do Sinai após a libertação do Egito (Êxodo). Nessa festa, quatro espécies vegetais simbolizam, por seu sabor e/ou aroma ou pela ausência deles, a diversidade dos indivíduos que formam a comunidade judaica. Uma dessas espécies é o etrog que, por ter tanto aroma como sabor, é associado à plenitude e à integridade de caráter.
(...) Para salvaguardar a fruta durante os oito dias da festa, foram e ainda são fabricados ou adaptados recipientes, seguindo o estilo estético da época e lugar onde a comunidade judaica está estabelecida".
Referências bibliográficas
LEMLE, Rabino Dr. Henrique. "Nesta hora: diálogo com a Nova Geração". Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1973. | LEMLE. Rabino Dr. Henrique. "O drama judaico". Rio de Janeiro: Dois Mundos, 1944. | STEIMAN, Charles. Porta-etrog. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 313-315. | WORCMAN, Susane (Org.). "Heranças e lembranças: imigrantes judeus no Rio de Janeiro". Rio de Janeiro: Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro, 1991.
Autoria das fotos
Jaime Acioli