Espada de execução
Número de registro
6
Descrição
Espada de lâmina espatulada, biface, de aço, com ponta arredondada. No primeiro terço, nas duas faces, calha central, onde está gravada a inscrição estilizada: "VIVE : LA : IVSTISSE", e sobre pedestal, figura alegórica simbolizando a Justiça, que empunha com a mão direita uma espada e balança em desnível. A Justiça não apresenta os olhos vendados e possui traços muito estilizados. Motivos fitomorfos complementam a decoração no primeiro terço e o restante da lâmina apresenta-se liso. Guarda de latão, em cruzeta, sem decoração. Punho de madeira revestido com fios de latão torcidos e trançados. Pomo esferóide, facetado, terminando em pino. Apresenta junto ao ricasso, quatro punções de fabricação.
Medidas: comprimento total: 112,00cm; comprimento da lâmina: 86,20cm; comprimento do punho: 24,50cm; comprimento da guarda: 18,00cm; largura da lâmina: 6,50cm; largura total: 17,70cm; bainha: 8,38 x 8,30cm.
Bainha localizada em RT1-AD2-P29.
Denominação
Espada de execução
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 11/1922 | Catálogo Geral do MHN (1924)
Local de produção
Data de produção
[15--]
Termos de indexação
BAÍA DE GUANABARA | BRASIL COLÔNIA | FORTE DE COLIGNY | FRANÇA ANTÁRTICA | FUNDAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO | JUSTIÇA | NICOLAS DURAND DE VILLEGAGNON | ORDEM DE MALTA | PENA DE MORTE | REFORMA RELIGIOSA | RIO DE JANEIRO
Largura (cm)
17,7
Comprimento (cm)
112
Observações
De acordo com o ex-diretor do MHN Gustavo Barroso (1965), a espada de execução teria sido encontrada em uma escavação na Ilha de Villegagnon, na baía de Guanabara, ocupada no século XVI pelos franceses.
O historiador Paulo Knauss (2022) aponta incongruências sobre a hipótese de Barroso, uma vez que as espadas de execução eram utilizadas na condenação de nobres à morte. No caso da França Antártica, o único fidalgo tratava-se do próprio comandante e cavaleiro da Ordem de Malta Nicolas Durand de Villegagnon, já que seus tripulantes foram recolhidos nas masmorras da França e/ou eram huguenotes. Segundo relatos do período da ocupação francesa na baía de Guanabara, a pena de morte aplicada costumava ser a forca ou o afogamento, tornando a espada de execução estranha a esse contexto.
Referências bibliográficas
BARROSO, Gustavo. A França Antártica. In: "Anais do MHN", 1965, v. 15, p.5-11. | BERBARA, Maria; MENEZES, Renato; HUE, Sheila (orgs.). "França Antártica: ensaios interdisciplinares". Campinas: Unicamp, 2020. | DE LÉRY, Jean. "Viagem à terra do Brasil". Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1961. | KNAUSS, Paulo. Espada de execução. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2022. p. 49-53. | WELAND, Gerald. "Espadas, adagas e alfanges". Lisboa: Editorial Estampa, 1991.
Autoria das fotos
Jaime Acioli