Canhão
Número de registro
15916
Descrição
Inscrição "21-3-26" e uma seta no primeiro reforço. Monograma de Jorge II no segundo reforço, assim como as letras "R" no munhão direito e "IC" no munhão esquerdo.
Uso terrestre fortificações. Material ferro, cal. 96mm (6 lb), Comp. total 267 cm, Larg. 51 cm, comp. 243 cm, Calibres 24.
Denominação
Canhão
Autor
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Não identificada
Local de produção
Classe
Data de produção
[1722-1760]
Termos de indexação
EXERCITO BRASILEIRO | FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA | MARINHA INGLESA | RONDÔNIA
Largura (cm)
51,00
Comprimento (cm)
267,00
Observações
Canhão inglês de 6 libras, um pouco mais longo que o normal para este tipo de canhão de ferro na Inglaterra. Seu comprimento em calibres (24) sugere que a peça fosse destinada a fortificações, o que talvez justifique seu elevado peso em função do calibre (o canhão pesa 245 libras para cada libra de bala). No século XIX, ainda havia deste tipo de peça em serviço de fortificações, sendo, porém, pouco usada.
Apresenta no liso do primeiro reforço a cifra real inglesa "GR2" (Georgius Rex 2), além dos números de peso e uma marca em forma de ponta de seta. Esta última inscrição servia para indicar que a arma fora testada e aprovada para serviço nas forças armadas inglesas.
As letras "IC", existentes no munhão esquerdo podem indicar que o canhão foi fundido na fábrica de John Cookson, que assinava seus canhões desta forma. No entanto, deve-se observar que este fornecedor, segundo uma fonte, só passou a entregar canhões para o governo inglês no reinado de Jorge III, em 1777.
Consta que estes canhões ingleses de ferro fundido tenham sido vendidos para o Brasil após as Guerras Napoleônicas. De fato, estes canhões, do padrão sistema Armstrong e anteriores, começaram a ser substituídos nas forças armadas inglesas a partir de 1792, sendo que aquele país deixou de aceitar os canhões deste padrão dois anos depois. As peças mais antigas foram sendo retiradas de serviço, a ponto de, em 1808, não haver mais delas em uso. É possível, então, que estes canhões tenham vindo para o Brasil como lastro nos navios, tal como coloca Gustavo Barroso, servindo aqui para artilhar as dezenas de fortificações do país. Deve-se observar que esta prática também aconteceu no Paraguai, onde a maior parte da sua artilharia, na campanha de 1864-70 "compunha-se de velhos e carcomidos canhões de ferro, provavelmente trazidos como lastro nos navios comprados pelo Paraguai. Eram como os canhões que servem de postes em Woolwich Common".
Este tipo de canhão é o mais comum no país hoje em dia, podendo ser encontrado em quase todos os pontos fortificados de nossa costa, sendo que este peça, especificamente, veio do Real Forte Príncipe da Beira, em Rondônia.
Referências expográficas
Referências bibliográficas
BARROSO, Gustavo Dodt. Inventário da Coleção de armaria. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 1939. | BARROSO, Gustavo Dodt. O Brasil em face do Prata. | BROWN, Ruth R. The Woolwich proof registers 1780-1781. London: Royal Armouries, 1988. | CARUANA, Adrian B. The identification of British muzzle loading artillery - part 2, the piece. Canadian Journal of Arms Collecting, v.. 22, nº 1, Feb. 1984. | CASTRO, Adler; ANDRADA, Ruth Beatriz. O pátio Epitácio Pessoa: seu histórico e acervo. Rio de Janeiro: MHN, 1992. | Catálogo "Pátio Epitácio Pessoa: entre pedras, canhões e arcadas". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2021. | LAVERY, Brian. Carronades and Blomefield Guns. In: SMITH, Robert D. (ed.) British Naval Armaments. London: Royal Armouries, 1989. | LAVERY, Brian. The arming and fitting of english ships of war; 1600-1815. Annapolis: Naval Institute Press, 1987. | MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Inventário geral. Rio de Janeiro, Museu Histórico Nacional, 1990. Dossiê da peça 15916. | THOMPSON, George. A guerra do Paraguai. Rio de Janeiro: Conquista, 1968.
Autoria das fotos
Jaime Acioli