Máscara de proteção
Número de registro
312139
Descrição
Máscara em tecido na cor preta, formada por linhas retas na parte inferior e laterais, parte superior formada por linha sinuosa que se alonga para cima. No lado esquerdo, ao contro, figura de uma mão circundada pela inscrição "# VIDAS NEGRAS IMPORTAM" bordada com linha branca. Nas laterais, elástico de sustentação.
Denominação
Máscara de proteção
Técnica
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 01438.000317/2023-73
Local de produção
Classe
Data de produção
2020
Altura (cm)
5,50
Largura (cm)
14,00
Comprimento (cm)
22,00
Revisado?
Sim
Imagem em altíssima resolução?
Observações
Máscara de proteção que testemunha a memória de um trágico acontecimento: a pandemia da síndrome respiratória aguda conhecida por Covid-19, causada pelo novo coronavírus. O uso deste tipo de proteção foi uma das formas de se evitar o contágio pelo novo coronavírus, cujo primeiro caso foi registrado em Wuhan, China, em 17 de novembro de 2019. A partir daí, a doença se disseminou com tamanha rapidez pelo mundo que, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMC) declarou estado de pandemia.
Na pandemia da Covid-19, os rostos cobertos pelas máscaras de proteção foram o símbolo do impacto causado pelas mudanças de hábitos e comportamentos provocadas pela necessidade de controlar o contágio. Seu uso tornou-se rotina de parcelas expressivas da população mundial. Segundo as recomendações das autoridades médicas, a máscara de proteção deveria cobrir o nariz e a boca e ser presa de forma segura às orelhas para minimizar os espaços entre a face e a máscara.
No entanto, foi comum ver pessoas usando máscaras no queixo, caídas pela orelha, na testa, cobrindo apenas a boca.
A mensagem “Vidas negras importam!” estampada no tecido lembra que, durante a pandemia, a população negra foi a mais afetada pelos adoecimentos e óbitos por Covid-19 no Brasil, continuando a tradição de desigualdade racial herdada dos tempos coloniais.
Informações fornecidas pela doadora: A máscara foi um presente que meu irmão, Gustavo Montenegro Magalhães, me deu. Ele viu uma colega de trabalho negra se protegendo com uma máscara igual a essa, em uma reunião, e resolveu pedir a ela o contato da pessoa que fez para encomendar uma pra mim. A pessoa que produziu essa máscara é a costureira Vânia Henriques Gomes. Tem 60 anos e seu ateliê funciona na sua própria casa, na Rua Floriano, n. 218, apt. 101. Em São João de Meriti. Ela informa que uma amiga enviou o desenho do punho cerrado pela internet e ela adaptou o desenho para bordado. Disse que depois de ter feito algumas e vendido muito rapidamente, fez o anúncio no facebook (enviado pelo wspp da Fernanda). Ela disse que vendeu cerca de cem máscaras iguais a essa, em um momento delicado da pandemia, marcado pelo assassinato do George Floyd nos Estados Unidos e pela forte reação do movimento "black lives matter" de combate ao racismo e à violência contra as pessoas negras. A máscara está no livro "Histórias do Brasil em 100 objetos do MHN", ilustrando artigo assinado pela servidora Jeane Mautoni.
Referências bibliográficas
Autoria das fotos
Jaime Acioli