Botica portátil
Número de registro
3222
Descrição
Botica portátil feita em caixa de madeira com forma retangular, parte superior dobrável para trás, e a frente com duas pequenas portas com fechaduras, que abrem para os lados direito e esquerdo. A caixa contém 27 recipientes de remédio de vidro, 3 porta medicamentos de papel, 1 pacote de cola de papel, 1 proveta de vidro, 2 cálices medidores de vidro, 1 bisturi de metal, 2 cauterizadores de madeira e papel, 1 urinômetro de vidro, 1 placa de cataplasma de fibra vegetal (algodão), 1 termômetro de vidro, 1 porta proveta de madeira, 1 balança de metal, 6 pesos em metal, 1 porta recipiente de madeira (?) e 6 documentos em papel ("Explicação da botica portátil", uma carta com receita médica, duas receitas médicas, um aviso do Dr. Langlebert, um convite de casamento com receita médica no verso).
Denominação
Botica portátil
Título
Botica portátil do Dr. Chernoviz
Técnica
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 109/1989
Local de produção
Classe
Data de produção
1870
Termos de indexação
ACADEMIA IMPERIAL DE MEDICINA | CAFÉ | DR. CHERNOWIZ | FRANÇA | MEDICINA | MEDICINA POPULAR | POLÔNIA | SAÚDE
Altura (cm)
45,00
Largura (cm)
33,50
Comprimento (cm)
44,20
Observações
Construída segundo indicações do Dr. Pedro Luiz Napoleão Chernowiz, a botica portátil era uma espécie de estojo de pronto socorro da época, compreendendo frascos, instrumentos, medicamentos e livreto de instruções que detalhava a forma e o preparo dos remédios e suas indicações terapêuticas. Muitas delas foram adquiridas pelas autoridades sanitárias brasileiras com o intuito de prover condições de trabalho a médicos no interior do país. Esta peça foi coletada na Fazenda Cachoeira, em São João da Boa Vista/SP, região de intensa produção cafeeira no século XIX.
De acordo com Lima (2022, p. 213), "Pedro Luiz Napoleão Chernowiz (1812 -1881) cursou Medicina na Universidade de Varsóvia,
mas, em virtude de sua atuação política, foi forçado a emigrar para a França, onde concluiu seus estudos na tradicional Universidade de Montpellier, doutorando-se em 1837". Em contato com demais estudantes brasileiros na França, Chernowiz imigra para o Brasil em 1840, valida seu diploma na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e logo começa a clinicar, vindo a integrar a Academia Imperial de Medicina. Sua carreira também é marcada pela atividade editorial voltada para a popularização da arte de curar. Destacam-se as obras "Formulário ou guia médico" (1841) e seu "Dicionário de medicina popular" (1842), ambos com várias edições e longeva publicação.
A botica portátil é criada pelo Dr. Chernowiz em 1870, sendo fabricada em Paris, na França, e vendida por 320 francos por A. Roger e F. Chernowiz. Muito presente nas áreas rurais do Brasil, a botica portátil tinha a intenção de facilitar o atendimento das moléstias graves e súbitas e daquelas mais corriqueiras nas regiões do país onde não havia socorro médico. A botica ainda fornecia aos médicos as substâncias necessárias para o atendimento de pacientes em domicílio. Em geral, a botica portátil estava acompanhada do "Dicionário de medicina popular".
Referências expográficas
Exposição de longa duração "Cidadania em construção" | Exposição de longa duração "Farmácia Homeopática Teixeira Novaes", Museu Histórico Nacional/RJ, 2010
Referências bibliográficas
CHERNOWIZ, Pedro Luiz Napoleão. "Dicionário de Medicina Popular". Paris: Roger & F. Chernowiz, 1890. | EDLER, Flávio Coelho; GUIMARÃES, Maria Regina Cotrim. Chernowiz e a medicina no Império. In: "Inteligência", 23:128-46. 2003. | FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves. "A arte de curar: cirurgiões, médicos, boticários e curandeiros no século XIX em Minas Gerais". Rio de Janeiro: Vício de Leitura, 2002. | GUIMARÃES, Maria Regina Cotrim. "Civilizando as artes de curar: Chernowiz e os manuais de medicina popular do Império". Rio de Janeiro: Fiocruz, 2016. | LIMA, Ana Luce Girão Soares de. A botica portátil do Dr. Chernowiz. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 212-215. | O MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. São Paulo : Banco Safra, 1989.
Autoria das fotos
Jaime Acioli