Pintura religiosa
Número de registro
6446
Descrição
Em primeiro plano, à esquerda sobre fundo azul, figura feminina ajoelhada, mãos postas ao peito em posição de oração; cabelos pretos presos; pele morena; marca no rosto próxima aos olhos; usa colar ; brinco com pedra azul e anel; veste blusa branca de mangas longas com babados; saia longa cor de abóbora com ramagens e flores azuis, brancas e vermelhas; à direita, fachada de uma pequena igreja com quatro portas em arco, encimada por frontão retilíneo e torre lateral; ao fundo árvores e mar; no canto superior direito, sobre uma nuvem cinza raiada de branco, Nossa Senhora com o menino no colo, cabeça pendida para baixo, véu bege, túnica branca com manto azul.
Denominação
Pintura religiosa
Título
[Visão de Paraguaçu]
Técnica
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 2/1925
Local de produção
Data de produção
1866
Termos de indexação
BAHIA | BRASIL COLÔNIA | CARAMURU | CATARINA ÁLVARES PARAGUAÇU | CATARINA DO BRASIL | CATOLICISMO | DIOGO ÁLVARES | GUAIBIMPIRÁ | IGREJA CATÓLICA | INDÍGENAS | MOSTEIRO DA GRAÇA | PINTURA COLONIAL | PINTURA RELIGIOSA | POVOS INDÍGENAS | RELIGIÃO CATÓLICA | SALVADOR | TUPINAMBÁS
Altura (cm)
94,00
Largura (cm)
72,50
Observações
De acordo com Dantas (2022), esta é uma cópia a óleo encomendada ao pintor e desenhista baiano Ângelo Romão, em 1866, com base nas pinturas da sacristia da Igreja do Mosteiro da Graça, em Salvador/BA. As pinturas originais retratavam episódios da vida da tupinambá Guaibimpirá (Mar Grande), convertida ao catolicismo como Catarina do Brasil (Paraguaçu), com o português Diogo Álvares (Caramuru). As narrativas em torno do casal Paraguaçu e Caramuru compõem um dos mitos fundadores do Brasil colonial, cuja árvore genealógica teria se iniciado com esta união entre uma nativa e um europeu português, fazendo de Paraguaçu a "mãe do Brasil". Esta tela aborda as visões de Catarina Paraguaçu com Nossa Senhora da Graça, que teriam ensejado, no século XVI, a construção, de uma ermida em devoção à Santa, atual Igreja da Graça, em Salvador/BA.
Em 1881, as pinturas de Romão participaram da "Exposição de História do Brasil", realizada na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, integrando a classe "História" da exposição, que cobria o período de 1500 a 1623. Após a exposição, a pintura é doada à Biblioteca do Exército, recém-criada na ocasião por Franklin Dória, o Barão de Loreto. Em 1925, a referida Biblioteca encerraria suas atividades, e por conta disso o diretor do MHN Gustavo Barroso solicita ao Ministro da Guerra a cessão de objetos e livros de caráter histórico da instituição, sendo assim doada ao MHN a tela "Visão de Paraguaçu", de Ângelo Romão.
A pintura original da sacristia da Igreja do Mosteiro da Graça em Salvador já não existe mais, tendo sido substituída por "O sonho da Paraguaçu", de autoria de Manuel Lopes Rodrigues, o que faz da tela do MHN uma cópia rara.
Referências expográficas
Exposição "Exposição de História do Brasil", Biblioteca Nacional/RJ, dezembro de 1881 | Exposição "Oreretama", Museu Histórico Nacional/RJ
Referências bibliográficas
BRASIL. Biblioteca Nacional. "Guia da exposição de história do Brasil". Rio de Janeiro: Tipografia Gazeta de Notícias, 1881. | DANTAS, Geyzon. Visão de Paraguaçu. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 208-211. | DURÃO, José de Santa Rita. "Caramuru". Poema épico. Biblioteca Nacional: s/d. Disponível em: <http://objdigital.bn.br/ Acervo_Digital/livros_eletronicos/caramuru. pdf
Autoria das fotos
Jaime Acioli