Pulseira
Número de registro
17350
Descrição
Pulseira constituída de três placas com decoração vazada de elementos geométricos e fitomorfos estilizados, unidas por doze cilindros com extremidades em fios de ouro. Fechos em colchete.
Denominação
Pulseira
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 15/1936
Local de produção
Data de produção
[18--]
Termos de indexação
ÁFRICA | BAHIA | CANDOMBLÉ | COLEÇÃO MIGUEL CALMON | DIÁSPORA AFRICANA | ESCRAVIDÃO | ESCRAVIZADOS | ESCRAVIZADOS DE GANHO | JÓIA DE CRIOULAS | MIGUEL CALMON | NEGRAS BAIANAS | NEGROS | RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA | SALVADOR
Altura (cm)
1,00
Largura (cm)
4,00
Comprimento (cm)
21,50
Peso (g)
59.000,00
Observações
Chegando a ser proibido seu uso no período colonial, os conjuntos de joias em ouro e prata conhecidos como "joias de crioula" tornaram-se, no século XIX, símbolos de prosperidade e prestígio social, além de proteção religiosa para as escravizadas, libertas ou livres de cor, africanas e crioulas que as portavam (Farias, 2022).
Produzidas em Salvador/BA e também comercializadas em outras províncias do Brasil, as "joias de crioula" funcionavam como método de poupança, garantia ou pagamento efetivo de empréstimos, e integravam uma rede financeira composta majoritariamente por mulheres como credoras e devedoras. Homens e mulheres de outras condições sociais e até instituições participavam dessas transações quando do saldo de dívidas e solicitação de crédito (Farias, 2022).
Factum (2009) explica que a presença de efígies de membros da família real era um padrão comum no século XIX, denotando o projeto de inserção social de suas usuárias. Chama atenção o uso de coral em alguns casos para os cilindros de conexão das placas, uma referência às tradições africanas da costa ocidental do continente, em que contas e corais eram plenos de força mística.
Referências expográficas
Exposição “Pérolas da Liberdade: Joalheria Afro-Brasileira”, Grand Hornu Images, Hornu/Bélgica, de 22 de outubro de 2011 a 26 de fevereiro de 2012 (Festival Europalia) | Exposição de longa duração "Entre mundos", Museu Histórico Nacional, 2010
Referências bibliográficas
BARROSO, Gustavo Dodt. A Coleção Miguel Calmon no MHN. 1944. | FACTUM, Ana Beatriz Simon. "Joalheria escrava baiana: a construção histórica do design de joias brasileiro". Tese de Doutorado, Arquitetura e Design, USP. São Paulo, 2009. | FARIAS, Juliana Barreto. Penca de balangandãs. In: KNAUSS, Paulo; LENZI, Isabel; MALTA, Marize (orgs.). "História do Rio de Janeiro em 45 objetos". Rio de Janeiro: FGV, 2019, p. 84-93. | FARIAS, Juliana. "Mercados minas: africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro (1830-1890)". Rio de Janeiro: Prefeitura do Rio, Casa Civil, Arquivo Geral da Cidade do Rio, 2015. | FARIAS, Juliana. Pulseiras de placas. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 195-197. | LODY, Raul. "O negro no museu brasileiro: construindo identidades". Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. | MAGALHÃES, Aline Montenegro. Da diáspora africana no Museu Histórico Nacional: um estudo sobre as exposições entre 1980 e 2020. In: "Anais do Museu Paulista", São Paulo, v. 30, p. 1-29, 2022. | MAGALHÃES, Aline; AZEVEDO, E.; CASTRO, F.; SANTANA, S. Notas sobre a Diáspora Africana na exposição e nas ações educativas do Museu Histórico Nacional. In: "Anais do MHN", v.51, p.44-64, 2019. | OLIVEIRA, Octávia Corrêa dos Santos. Ourivesaria brasileira. In: "Anais do Museu Histórico Nacional", v. IX, Rio de Janeiro, 1948. | VIANNA, Marfa. O negro no Museu Histórico Nacional. In: "Anais do MHN", v. VIII, 1947, p. 82-99.