Urna funerária
Número de registro
33704
Descrição
Peça de cerâmica de forma troncônica e borda extrovertida, tipo Pacoval Inciso. Bojo representando corpo figurado, incisões em linhas em forma de "S" e "Z", repetidas de modo escalonado, pinturas em vermelho com excisões sobre engobo branco. As excisões estão alargadas nas extremidades (em "S") com formato de duas ondas.
Denominação
Urna funerária
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 102/1997
Local de produção
Data de produção
400-1400
Termos de indexação
ILHA DE MARAJÓ | INDÍGENAS | MARAJOARA | OBJETO FUNERÁRIO | PACOVAL | PARÁ | PRÉ-HISTÓRIA
Altura (cm)
42,00
Largura (cm)
34,00
Observações
De acordo com Claudia Inês Parellada (2022), essa urna funerária faz parte da cerâmica cerimonial marajoara, cujo povo ocupou a Ilha de Marajó entre 400 e 1400 d.C., em assentamentos em grandes lagoas e planícies parcialmente inundadas, construindo tesos (aterros circulares e/ou ovalados) com mais de 10m de altura e 200m de comprimento. Os tesos mais baixos eram destinados a habitações e a plataformas com áreas de plantio e manejo florestal, e a tanques para criação de peixes e tartarugas. Os aterros mais altos eram locais de sepultamento em urnas cerâmicas acompanhadas de objetos cerimoniais e utilitários (tangas cerâmicas, vasilhas, adornos, estatuetas, etc.). As urnas do MHN foram feitas para receber restos mortais de um ou mais indivíduos, de gêneros e faixas etárias variados.
O embaixador Wladimir Murtinho foi o intermediário da transação entre o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura e o MHN para a aquisição das urnas.
Referências expográficas
Exposição "Oreretama", Museu Histórico Nacional/RJ | Exposição de longa duração "Iandé: aqui estávamos, aqui estamos", Museu Histórico Nacional, desde fevereiro de 2023.
Referências bibliográficas
BARRETO, Cristiana. Do teso marajoara ao sambódromo: agência e resistência de objetos arqueológicos da Amazônia. In: "Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi". Ciências Humanas, v. 15, n.3, 2020. | ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. "Arte Marajoara/Cerâmica Marajoara". Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termos/80187-arte-marajoara | LIMA, Marcelle; BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena Pinto. História de vida de uma urna Marajoara: reconectando contextos e significados. In: "Revista de Arqueologia", SAB, v.3, n.3, 2020, p. 396-418. | NEVES, Eduardo Góes. "Arqueologia da Amazônia". Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. | PARELLADA, Cláudia Inês. Urnas funerárias marajoaras. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 37-39. | PROUS, André. "Arqueologia brasileira: a pré-história e os verdadeiros colonizadores". Cuiabá: Archaeo/Carlini & Contexto Editorial, 2019. | SCHAAN, Denise Pahl. A arte da cerâmica marajoara: encontros entre o passado e o presente. In: "Habitus", v.5, n.1, 2007, p. 99-117.
Autoria das fotos
Jaime Acioli