Espada
Número de registro
15329
Descrição
Lâmina: de aço, reta, lisa, de forma espatulada, com sangradouro central no primeiro terço. Vestígios de gravações nos dois lados: "VIVA...". Dimensões: 73,60 x 4,20cm.
Guarda/Punho: de prata, em forma de estribo, com cruzeta. Copo cordiforme e festonado. Decoração vazada, com motivos fitomorfos. Apresenta pomo e pino. Dimensões: 15,80 x 15,20cm / 12,30 x 3,20cm.
Bainha: de couro preto costurado à esquerda, tendo guarnição superior e média de prata (lisa do lado esquerdo e vazada à direita com motivos semelhantes aos da guarda e do punho), bem como braçadeiras de argola do mesmo material. Ponteira de latão, terminando em pino. Dimensões: 79,70 x 5,23cm.
Pertenceu a Antônio de Araújo e Azevedo, o Primeiro Conde da Barca, e sua origem é provavelmente portuguesa.
Denominação
Espada
Título
Espada do Conde da Barca
Forma de aquisição
Referência de aquisição
Processo /1958
Local de produção
Classe
Data de produção
[17--]
Termos de indexação
ABERTURA DOS PORTOS | ACADEMIA REAL DAS CIÊNCIAS DE LISBOA | ACADEMIA REAL DE BELAS ARTES | ANTÔNIO DE ARAÚJO E AZEVEDO | BIBLIOTECA NACIONAL | BRASIL REINO | COLEÇÃO ARAUJENSE | CONDE DA BARCA | CONDE DE LINHARES | DIPLOMACIA | DIPLOMATAS | DOM JOÃO VI | ESCOLA REAL DE CIÊNCIAS, ARTES E OFÍCIOS | IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE PAULA | ILUMINISMO | IMPRENSA RÉGIA | MINISTRO | MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA | PASSEIO PÚBLICO | RIO DE JANEIRO | RODRIGO DE SOUSA COUTINHO | TRANSFERÊNCIA DA FAMÍLIA REAL
Altura (cm)
9,70
Largura (cm)
15,20
Comprimento (cm)
89,70
Observações
Antônio de Araújo e Azevedo (Ponte de Lima/Portugal, 1754 - Rio de Janeiro/Brasil, 1817): diplomata, homem de letras e ciências, ministro de Dom João VI em diferentes ocasiões, recebendo dele o título de Primeiro Conde da Barca em 1815. Enquanto diplomata serviu na França, na Alemanha, na Dinamarca, na Suécia, na Rússia e em Haia, na Holanda, onde negociou e assinou o tratado de paz entre Portugal e França em 1787. Em 1807, ocupa uma espécie de cargo de superministro de Dom João VI, antes de ser substituído por seu rival Dom Rodrigo de Sousa Coutinho (Primeiro Conde de Linhares) com a chegada da família real no Rio de Janeiro. Antes disso, porém, na Bahia, referenda a Carta Régia de abertura dos portos às nações amigas. Traz consigo para o Brasil uma tipografia completa, que veio a dar origem à Imprensa Régia (1808), sua "livraria" (biblioteca) com obras de política, geografia, ciências, teologia, poesia, teatro, história, mineralogia, artes e literaturas antiga e moderna, em várias línguas, além de suas coleções de estampas, mapas e mineralogia (Grinberg, 2022). A referida coleção de livros, chamada de Coleção Araujense, é comprada após a sua morte por Dom João para que fosse incorporada à Biblioteca Régia da Corte do Rio de Janeiro (atual Biblioteca Nacional).
Enquanto esteve afastado de cargos governamentais, incentivou projetos culturais e científicos, montando, por exemplo, em sua residência no Passeio Público um laboratório de química. Entre 1814 e 1817, volta a ser ministro de Dom João, destacando-se no período a assinatura do decreto de elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves (1815), bem como a idealização e a organização, junto ao Marquês de Marialva (embaixador português em Paris), da vinda da Missão Artística Francesa para o Brasil, em 1816. A chegada de pintores, gravadores, desenhistas, arquitetos, músicos e outros profissionais especializados permitiu a implantação do ensino da arte e da arquitetura no Brasil através da criação da Real Academia de Belas Artes (atual EBA/UFRJ) (Grinberg, 2022).
Referências expográficas
Referências bibliográficas
Catálogo da exposição "Um novo mundo, um novo império: a Corte Portuguesa no Brasil". Rio de Janeiro : Museu Histórico Nacional, 2008 | EDMUNDO, Luiz. "A corte de D. João no Rio de Janeiro (1808-1821)". Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1939. | GARCIA, Lúcia. D. João VI artífice da nova capital nos trópicos... . In: "Anais do MHN", v. 40, 2008. p. 10-28. | GRINBERG, Piedade Epstein. Espada do Conde da Barca. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 138-141. | JUNQUEIRA, Maria Cecila Costa. "O Primeiro Conde da Barca: um iluminado na corte de D. João". Rio de Janeiro: FBN, 2024. | LEÃO FILHO, Joaquim de Souza. Humboldt e o Brasil. In: "Anais do MHN", v. XXII, 1971. p. 50-62. | LUSTOSA, Isabel. D. pedro e o calmante da Malagueta. In: "Anais do MHN", v. 30, 1998. p. 61-80. | MALAFAIA, Eurico. Antonio de Araújo de Azevedo, Conde da Barca, diplomata e estadista 1787-1817. Arquivo Distrital de Braga, Universidade do Minho, Portugal, 2004. | MATHIAS, Herculano Gomes. A imprensa periódica no Brasil. In: "Anais do MHN", v. XXV, 1974. p. 5-16. | NEVES, Lúcia M. Bastos. Da repulsa ao triunfo... . In: "Anais do MHN", v. 31, 1999. p. 35-54. | SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. Do projeto de Império à independência... . In: "Anais do MHN", v. 30, 1998. p. 7-35. | SCHWARCZ, Lilia Moritz. "A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Autoria das fotos
Jaime Acioli