Urna funerária
Número de registro
33705
Descrição
Peça de cerâmica de contorno globular, representando figura feminina, espelhada, duas faces estilizadas na parte superior com nariz e sobrancelhas em relevo, adornos auriculares e grandes olhos aplicados, contornados por pinturas de coloração vermelha sobre engobo branco. O pescoço do vasilhame possui faixa vermelha delimitando o bojo. Corpo figurado com pinturas de coloração vermelha, marrom e preta representando contornos de animais e seres híbridos e/ou sobrenaturais (mitologias pan-amazônicas).
Recipiente tipo Camutins, “Joanes Pintado”, possui apliques e pinturas, em composições bi e tridimensionais, que alternam elementos gráficos geométricos e figurativos.
Denominação
Urna funerária
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 102/1997
Local de produção
Data de produção
400-1400
Termos de indexação
CAMUTINS | ILHA DE MARAJÓ | INDÍGENAS | MARAJOARA | OBJETO FUNERÁRIO | PARÁ | PRÉ-HISTÓRIA
Altura (cm)
38,00
Largura (cm)
34,00
Observações
De acordo com Claudia Inês Parellada (2022), essa urna funerária faz parte da cerâmica cerimonial marajoara, cujo povo ocupou a Ilha de Marajó entre 400 e 1400 d.C., em assentamentos em grandes lagoas e planícies parcialmente inundadas, construindo tesos (aterros circulares e/ou ovalados) com mais de 10m de altura e 200m de comprimento. Os tesos mais baixos eram destinados a habitações e a plataformas com áreas de plantio e manejo florestal, e a tanques para criação de peixes e tartarugas. Os aterros mais altos eram locais de sepultamento em urnas cerâmicas acompanhadas de objetos cerimoniais e utilitários (tangas cerâmicas, vasilhas, adornos, estatuetas, etc.). As urnas do MHN foram feitas para receber restos mortais de um ou mais indivíduos, de gêneros e faixas etárias variados.
O embaixador Wladimir Murtinho foi o intermediário da transação entre o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura e o MHN para a aquisição das urnas.
Referências expográficas
Referências bibliográficas
BARRETO, Cristiana. Do teso marajoara ao sambódromo: agência e resistência de objetos arqueológicos da Amazônia. In: "Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi". Ciências Humanas, v. 15, n.3, 2020. | ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. "Arte Marajoara/Cerâmica Marajoara". Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termos/80187-arte-marajoara | LIMA, Marcelle; BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena Pinto. História de vida de uma urna Marajoara: reconectando contextos e significados. In: "Revista de Arqueologia", SAB, v.3, n.3, 2020, p. 396-418. | NEVES, Eduardo Góes. "Arqueologia da Amazônia". Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. | PARELLADA, Cláudia Inês. Urnas funerárias marajoaras. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 37-39. | PROUS, André. "Arqueologia brasileira: a pré-história e os verdadeiros colonizadores". Cuiabá: Archaeo/Carlini & Contexto Editorial, 2019. | SCHAAN, Denise Pahl. A arte da cerâmica marajoara: encontros entre o passado e o presente. In: "Habitus", v.5, n.1, 2007, p. 99-117.
Autoria das fotos
Jaime Acioli