Traje de ritual religioso (Candomblé)
Número de registro
41992
Descrição
Indumentária de Iemanjá na cor branca em cetim, bordado e tule rendado. Conjunto composto por uma saia, três anáguas, uma faixa com cordão para prender no seio (singuê), um calçolão (andió), um pano da costa, um atacá ou ofá e pano que envolve a cabeça (ojá).
Denominação
Traje de ritual religioso (Candomblé)
Faz conjunto ou par com produção
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 01468.000055/99-08
Local de produção
Data de produção
19--
Termos de indexação
ANDIÓ | ATACÁ / OFÁ | CANDOMBLÉ | DIÁSPORA AFRICANA | IEMANJÁ | INDUMENTÁRIA FEMININA | INDUMENTÁRIA RELIGIOSA | NEGROS | OJÁ | ORIXÁ | PANO DA COSTA | RELIGIÃO | RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA | SINGUÊ
Observações
Traje pertencente à Coleção Zaira Trindade, doada em 25/06/1999 ao MHN, composta por artefatos e roupas da religião de matriz africana, raiz de jeje. Sabe-se da origem espiritual de Zaira Trindade que era neta espiritual de Zezinho da Boa Viagem, Babalorixá de Nova Iguaçu/RJ, filho de Tata Fomotinho, jeje Ceja Hunde.
Lengulukenu (2022) chama atenção para o fato de essas peças não terem sido despachadas por Zaira, destino usual dos pertences no momento da morte da pessoa de santo ou por motivo desta não desejar continuar na religião. Zaira preferiu doar seus objetos espirituais para o MHN, provavelmente para que se propagasse o conhecimento da ligação entre pessoa feita no santo com sua casa espiritual.
De acordo com o Babalorixá Silvio d'Oxumaré (apud Lengulukenu, 2022), o candomblé atual começa a se formar no final do século XVIII e no início do século XIX, quando se organiza na Barroquinha, em Salvador/BA - embrião das casas das nações nagô, keto, efon e ijexa -, onde pretos livres ou escravizados se reuniam para se fortalecer enquanto grupo diante da injustiça social e moral da escravidão. Assim, africanos de diferentes origens colaboraram com seus saberes e costumes, e a união desses povos criou um modelo litúrgico com características individuais que permitem pela língua, pelo toque dos atabaques e pelas vestimentas das divindades identificar à qual Nação pertence aquele candomblé.
Medidas:
Saia renda - alt. 94,0 cm x larg. 189,0 cm
Anágua - alt. 70,0 cm x larg. 130,0 cm
Anágua - alt. 64,0 cm x larg. 1137,0 cm
Anágua de cetim - alt. 82,0 cm x larg. 184,0 cm
Singuê - alt. 21,5 cm x larg. 82,0 cm (sem alça) ou 258,0 cm (com alça)
Andió - alt. 57,0 cm x larg. 77,0 cm
Pano de costa - alt. 67,0 cm x comp. 186,0 cm
Atacá ou ofá - alt. 36,0 cm x comp. 394,0 cm
Ojá - alt. e larg. 29,0 cm x comp. 308,0 cm
Referências expográficas
Referências bibliográficas
ABREU, George et al. (Org). "10 objetos: outras histórias". Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2023. | CARVALHO, Marcos. "Gayaku Luiza, a trajetória do Jeje Marim na Bahia". Rio de Janeiro: Pallas, 2006. | LENGULUKENU, Tat'etu. Indumentária de Iemanjá. In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 416-419 | LODY, Raul. "O negro no museu brasileiro: construindo identidades". Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. | MAGALHÃES, Aline Montenegro. Da diáspora africana no Museu Histórico Nacional: um estudo sobre as exposições entre 1980 e 2020. In: "Anais do Museu Paulista", São Paulo, v. 30, p. 1-29, 2022. | MAGALHÃES, Aline; AZEVEDO, E.; CASTRO, F.; SANTANA, S. Notas sobre a Diáspora Africana na exposição e nas ações educativas do Museu Histórico Nacional. In: "Anais do MHN", v.51, p.44-64, 2019. | PARES, Nicolau. "A formação do candomblé, História do ritual Jeje Marim na Bahia". Campinas: Editora da Unicamp, 2018. | VIANNA, Marfa. O negro no Museu Histórico Nacional. In: "Anais do MHN", v. VIII, 1947, p. 82-99.
Autoria das fotos
Márcio Mercante
Jaime Acioli (fotos no manequim)