Estatueta de gênero
Número de registro
5932
Descrição
Figura feminina de pé sobre base circular em madeira envernizada. Usa turbante, brincos, colar e pulseiras. Carrega na cabeça cesto contendo vários peixes. Traja vestido longo com mangas curtas, ombro esquerdo à mostra e pano da costa jogado à frente do corpo por cima do ombro direito e apoiado sobre a mão esquerda.
Denominação
Estatueta de gênero
Título
Vendedora de peixes
Faz conjunto ou par com produção
Denominação
Estatueta de gênero
Denominação
Estatueta de gênero
Denominação
Estatueta de gênero
Denominação
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Denominação
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Denominação
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Denominação
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Denominação
Estatueta de gênero
Denominação
Estatueta de gênero
Técnica
Material
Forma de aquisição
Fonte de aquisição
Referência de aquisição
Processo 16/1941
Local de produção
Data de produção
18--
Termos de indexação
BAHIA | COMÉRCIO | DIÁSPORA AFRICANA | DJALMA DA FONSECA HERMES | ESCRAVIDÃO | ESCRAVIZADOS | ESCRAVIZADOS DE GANHO | JÓIA DE CRIOULAS | NEGROS | TRABALHO
Altura (cm)
21,00
Observações
Peça adquirida pelo MHN para completar o conjunto que já havia sido adquirido através de doação anterior (Coleção Miguel Calmon).
Os então chamados "tipos de ruas" de Erotides Américo de Araújo são documentos da vida brasileira. O trabalho ambulante destes homens humildes desdobra-se nas mais variadas leituras. Uma delas fala-nos de que vendedores de louça e de panelas, aguadeiros e carregadores de malas (ganhadores) foram suportes do funcionamento da vida nas cidades brasileiras até as primeiras décadas do século XX. O primoroso entalhe e os pormenores fotográficos deste conjunto de vendedoras baianas permitiam perceber, além dos seus claros significados, indicadores do engajamento da mulher negra na caminhada de sua ascensão social: o uso de calçado complementando a indumentária.
Para Santos (2022), as estatuetas de Erotides Américo de Araújo Lopes fazem parte de uma tradição de artistas que, desde o século XVII, tiveram interesse em representar trabalhadores negros nas cidades, como Debret, Carlos Julião, Cristiano Júnior, Marc Ferrez e outros. Essas peças chamam atenção para a interseção entre o mundo do trabalho e a questão racial no espaço urbano brasileiro, no qual preponderam homens e mulheres negros. O maior número de estatuetas femininas (seis) por oposição a quatro masculinas evidencia a grande presença de mulheres negras livres e escravizadas na organização do mercado de compra e venda de alimentos nas principais cidades brasileiras no século XIX.
Referências expográficas
Exposição de longa duração "Entre mundos", Museu Histórico Nacional, 2010
Referências bibliográficas
BARROSO, Gustavo Dodt. A Coleção Miguel Calmon no MHN. 1944. | CARVALHO, Gerardo. Dez estatuetas baianas. In: "Anais do Museu Histórico Nacional", v. X, 1949, p. 69-79. | FARIAS, Juliana. "Mercados minas: africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro (1830-1890)". Rio de Janeiro: Prefeitura do Rio, Casa Civil, Arquivo Geral da Cidade do Rio, 2015. | LODY, Raul. "O negro no museu brasileiro: construindo identidades". Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. | MAGALHÃES, Aline Montenegro. Da diáspora africana no Museu Histórico Nacional: um estudo sobre as exposições entre 1980 e 2020. In: "Anais do Museu Paulista", São Paulo, v. 30, p. 1-29, 2022. | MAGALHÃES, Aline; AZEVEDO, E.; CASTRO, F.; SANTANA, S. Notas sobre a Diáspora Africana na exposição e nas ações educativas do Museu Histórico Nacional. In: "Anais do MHN", v.51, p.44-64, 2019. | QUERINO, Manoel Raymundo. "Artistas bahianos: indicações biographicas". Bahia: A Bahia, 1911. p. 31-34. | SANTOS, Ynaê Lopes dos. Coleção "Tipos de rua". In: "Histórias do Brasil: 100 objetos do Museu Histórico Nacional (1922-2022)". Rio de Janeiro: MHN, 2022. p. 246-249. | VIANNA, Marfa. O negro no Museu Histórico Nacional. In: "Anais do MHN", v. VIII, 1947, p. 82-99.
Autoria das fotos
Jaime Acioli